Força


Leia aqui mesmo as 10 primeiras páginas do terceiro volume da Série. 
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Essa é a continuação de "Destino - A Superação".
A Bruna e o Diogo estão sempre passando por provações, por desafios e sempre conseguem superá-los, mas nesse trecho da estória a coisa realmente se complica.
Em uns momentos você vai sorrir, em outros chorar.
Até que ponto o amor deles resiste?
Até onde o amor de um pode se sobrepor ao certo e ao errado numa decisão importante?
Até onde vai o limite das forças da Bruna para suportar tanta dor e sofrimento?
Como é possivel viver numa montanha russa de emoções... Sem saber se no final ela encontrará um buquê de flores... Ou um muro impenetrável?
O poder e a força da família e da amizade estarão presentes mais que nunca na vida da Bruna e do Diogo e essa será a chave para que eles possam realmente voltar a viver... Voltar a ser feliz.
Escrito de uma forma coloquial, informal e popular, Destino é como um diário. Você se sentirá inserido na estória. Verá como a Bruna e o Diogo são pessoas comuns e simples, como você. Sofrem, amam e choram.
Espero que você goste.
Divirta-se.
Chore.
Sorria.


Olá.

Como você está?
Eu? Estou bem... Agora.
É. A minha vida com o D é sempre como um furacão ou terremoto, não é? Tudo acontece de repente e sempre como uma avalanche que não pode ser contida.
O nosso filho é um anjinho, e a coisinha mais importante na nossa vida. O D é completamente louco por ele, e o nosso filho tem verdadeira adoração por ele. Foi assim desde o primeiro dia.
Nessa parte da nossa história você poderá conhecer mais sobre uma pessoa muito importante, e talvez até imprescindível na nossa vida, o Nando.  Verá como ele também cresceu e como foi se tornando um homem mais feliz, ao lado da Paty. Também terá uma noção de como a nossa família é unida, e como no momento mais terrível, mas dramático e sofrido da nossa vida, eles cuidaram de nós e nos protegeram.
Não foi fácil, mas conseguimos sobreviver.

Beijos.

Bruna Vasconcelos.
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 Aquela era a visão do paraíso, da perfeição e do amor. Ver o meu filho aconchegado nos braços do pai era tudo o que eu queria naquele momento. O Diogo exalava felicidade e ela podia ser vista também no brilho dos seus olhos enquanto ninava o nosso filho. Ele estava tão emocionado quanto eu e era lindo de se ver.
– Já escolheu o nome? – O Diogo me perguntou enquanto embalava o sono do nosso filho no quarto do hospital.
– Ainda não, mas tenho opções.
– Quais? – Ele quis saber.
– Thiago, Pedro e Felipe. – Contei.
– Gosto de Thiago. – Ele acariciou o rosto do nosso bebê. – Thiago. Ele é tão lindo e pequenino, B.
– Ele tem os seus olhos, D. – Ele me olhou com os olhos úmidos. Ele ainda não tinha visto de perto com ele acordado, só através do vidro no berçário e da TV na sala de espera para a família, mas o bebê estava dormindo. – Ele me reconheceu quando cantei pra ele.
– B. – Ele disse emocionado e me beijou. – Eu te amo.
– Muito.
– Seus pais devem estar chegando. – Ele me contou enquanto eu enxugava seu rosto. – Eu liguei assim que você entrou na sala de parto, mas deixei recado. Eles me ligaram de volta no momento em que o Marcelo me avisou que ele tinha nascido. Sua mãe chorou muito, gata. Ela queria estar aqui com você.
– Tomara que esteja tudo bem. Fico preocupada com o meu pai dirigindo assim nervoso.
– Eles estão bem. Me avisaram que iam passar lá em casa pra deixar as coisas e depois viriam pra cá. Eles já estavam pegando a via expressa aqui no Rio. Os meus pais também já devem estar chegando. Eles iam pegar o primeiro avião.
– Podia ter mandado o nosso.
– Eu ofereci, mas eles preferiram pegar um no aeroporto mesmo. Acharam que ia ser mais rápido. – Ele me contou quando o bebê chorou. – Fiz alguma coisa? Falei alto?
– Está na hora da primeira amamentação desse garotão. – Uma enfermeira disse ao entrar. – Me dê aqui, papai.
– Devagar. Ele é muito pequeno.
– É nada. – A enfermeira disse sorrindo quando pegou facilmente o bebê dos braços do Diogo. – É um garotão.
– Oi, meu filho. – Sussurrei quando ela colocou o meu filho nos meus braços.
A enfermeira lidava com o Thiago de uma forma muito ágil, devido à prática. Ela me ajudou a posicioná-lo para que ele mamasse pela primeira vez. O Diogo me olhava e observava tudo muito atentamente. Não gostou muito quando a enfermeira tocou no meu seio e ajudou a posicionar, mas se controlou. A sensação de amamentar o meu filho foi maravilhosa. Senti-lo sugando e o meu corpo o alimentando foi algo único.
– Isso. – A enfermeira ia me explicando algumas coisas. – Esse é um momento especial. Você não deve ficar nervosa ou tensa, e quem sabe até uma musiquinha do papai possa ajudar a relaxar. Ele vai ficar olhando nos seus olhos como está fazendo agora e assim que estiver saciado, vai soltar o seio e pode até dormir. É bom depois de um tempo trocar de seio, assim não empedra. Eu aviso a hora certa, não se preocupe.
– Eu ia perguntar isso. Sobre a troca do seio. – Sussurrei.
– Ele parece faminto. – O Diogo sussurrou e o bebê o buscou com os olhos.
– Ele te reconheceu, amor. – Sussurrei. – Vem cá.
– Vou deixar vocês sozinhos um pouco, mas tem muita gente lá fora na sala de espera pra família. Disseram serem os pais de vocês que chegaram juntos, além de um rapaz loiro e grande. O Dr. Marcelo e a Dra. Cris disseram que os conhecem.
– O rapaz é o Nando, padrinho do nosso filho, além de nosso amigo. – Eu disse sem tirar os olhos do meu filho. – Pode mandar eles entrarem, por favor. Todos eles.
– Tudo bem. – Ela disse e saiu.
– Oi, meu amor. – O Diogo disse e o bebê o olhou enquanto mamava. – Sou o papai.
– Está vendo, ele reconheceu, D.
– São verdes mesmo, B. – Ele observou. – Tem o seu nariz empinadinho, mas os cabelos são mais parecidos com os meus. Os seus são mais claros.
– Também acho.
O Diogo se aconchegou ao meu lado e começou a cantar baixinho uma música do CD instrumental, que fazíamos dueto. Nós sempre cantávamos aquela música juntos quando ele ficava agitado na minha barriga, era o que o acalmava. Foi lindo ver como o nosso filho fechou os olhinhos e continuou a mamar enquanto o Diogo cantava. Na parte em que cantávamos juntos, nosso filho abriu os olhos e arcou as sobrancelhas, então eu cantei. Era como se ele estivesse pedindo. Assim que ouviu as nossas vozes juntas, ele fechou novamente os olhinhos e continuou a mamar. O Diogo estava muito emocionado, eu nunca tinha visto o meu marido com aquele olhar.
– Olá. – Minha sogra sussurrou ao entrar depois de um tempo.
– Entrem. – Sussurrei.
– Oi, filha. – Minha mãe disse ao entrar. Logo depois chegaram o meu pai, meu sogro e por último o Nando, que ficou parado ao lado da porta.
– Ele é lindo, Bruna. – Minha sogra disse emocionada quando olhou o bebê. – Estávamos lá assistindo o vídeo dele no berçário, mas não faz jus a beleza de vê-lo ao vivo.
– É verdade, filha. – Minha mãe disse e beijou a minha testa. Naquela hora o meu pai se aproximou também, mas não disse nada, apenas me olhou e me beijou a testa.
– Parabéns, filho. – Meu sogro sussurrou e abraçou o Diogo.
– Valeu, pai. – O Diogo disse e quando olhei os dois choravam. – Meu filho, pai.
– Ele tem os mesmos olhos que o Diogo e que o Senhor. – Contei ao meu sogro e ele se emocionou mais, mas tentou disfarçar.
– Entra, cara. – O Diogo disse ao Nando. – Vem conhecer o seu afilhado.
O Nando se aproximou lentamente e olhou o meu filho mamando. Os olhos do Nando brilharam naquele momento.
– Ele é grandão. – Ele disse. – Um garotão.
– É sim. – Disse e olhei para o Nando. – Você terá trabalho triplo agora.
– Por ele eu trabalho de graça sem problemas. Até pago pra trabalhar. – Ele disse e eu acariciei o rosto dele. – Dou a minha vida por ele sem nem pensar duas vezes, Bruna.
– Obrigado, querido.
– Obrigado, meu amigo. – O Diogo disse e eles se abraçaram.
– Prometo ser um bom padrinho. – O Nando disse emocionado. – Não vou decepcionar vocês.
– A gente sabe disso. – O Diogo disse.
– Mas me arrume uma madrinha gata. – Ele disse e todos rimos baixo. – Eu avisei ao Henrique e pelo jeito já vazou para a imprensa. Tá cheio de repórteres lá fora.
Meus pais e os meus sogros tiraram fotos do Thiaguinho mamando enquanto o Diogo e o Nando saíram e foram para a antessala para conversarem melhor, mas antes também participaram das fotos. Eu queria muitas fotinhos dos primeiros momentos dele com todos. O Diogo quis conversar com o Henrique e dar as instruções para uma nota oficial. No momento certo da troca do seio, a enfermeira voltou. O Thiago não gostou muito e chorou, mas rapidamente pegou o outro seio e voltou a mamar.
– É tão lindo vocês cantando pra ele, filha. – Minha mãe disse e contou. – Nós ficamos do lado da porta ouvindo antes de entrarmos.
– Ele reconheceu a música. – Contei.
– Reconheceu na sala de parto. – A Dra. Cris contou ao entrar.
– Oi, Dra.. – Disse sorrindo.
– Como estamos? – Ela perguntou.
– Muito bem, acho que ele já está acabando de mamar. Já não suga com tanta vontade.
– Já estava na hora mesmo. – A enfermeira disse ao entrar. – Vamos colocá-lo para arrotar.
– Enquanto isso me deem licença que preciso examinar a mamãe. – A Dra. Cris disse olhando para os meus pais e meus sogros.
Todos foram saindo e enquanto a Dra. me examinava, a enfermeira cuidava do meu bebê. A Dra. disse que eu estava bem e me explicou tudo sobre o resguardo, mas teve que repetir quando o Diogo voltou. Ele prestou atenção em tudo e também ouviu o pediatra que foi ver como foi a primeira mamada do Thiaguinho. Foi maravilhoso ver como nós estávamos bem. O pediatra nos mostrou a melhor forma do bebê dormir quando o colocou no bercinho ao meu lado para dormir, como devíamos proceder com a higiene, com a amamentação, o colo, a aproximação de estranhos, as vacinas, a limpeza dos meus seios e até mesmo em relação a iluminação no quarto.
– Podemos entrar? – Ouvi a voz da Ju no início da tarde.
– Entra, Ju. – Disse.
– Mas que lindo, Bruninha. – Ela sussurrou quando viu o Thiaguinho dormindo. – Decidiu o nome?
– Decidimos por Thiago. – Foi o Diogo que contou.
– Adorei. – Ela disse enquanto o Fabinho abraçava o Diogo.
– A família tá crescendo, cara. – O Fabinho disse e depois nos contou. – Foi difícil entrar. Só depois que o Nando liberou que passamos da portaria. Está cheio de fotógrafos e repórteres lá embaixo.
– Estou sabendo. – O Diogo disse e olhou pela janela. – O Henrique nem pôde vir ainda. O celular dele não para de tocar, assim como na empresa. Ele está tendo que ficar de frente disso por mim.
– Quando vocês vão pra casa? – A Ju quis saber.
– Não tenho certeza. Acho que depois de amanhã, a médica não falou.
– Posso entrar? – Ouvi a voz da Maria vinda da porta.
– Maria! Entra. – Disse.
– Bem. Nós já vamos. – A Ju disse e beijou o meu rosto enquanto a Maria via o meu filho de perto. – Quando vocês estiverem em casa curtiremos esse garotão. Só viemos dar uma passadinha, você precisa descansar e ele também.
– Parabéns, Bruninha. – O Fabinho disse e beijou o meu rosto. – Se precisarem de qualquer coisa, liguem para nós.
– Pode deixar. Ligamos sim. – Garanti.
– Ele é tão lindinho, D. Bruna. – A Maria disse e enxugava o rosto enquanto sussurrava para o bebê. – Oi, sou a vovó Maria. Posso não ser vovó de verdade, mas o seu papai é como se fosse o meu filho.
– Maria! – O Diogo disse e a abraçou. – Bem que você podia aceitar o meu convite para ser a madrinha dele.
– Não, eu serei a vovó Maria. – Ela disse. – Assim vou poder mimá-lo bastante, madrinha tem responsabilidade de educar como os pais.  Eu só quero estragá-lo dando bobagens e fazendo as vontades dele escondido de vocês ... Que nem eu fazia contigo, menino.
– Quer dizer que ela te mimava, não é? – Brinquei com o Diogo. – Vamos falar a verdade, mima até hoje.
– Isso é verdade, Diogo. – Ela disse enquanto ele ria. – O quartinho dele está todo limpinho, os lençóis trocados e o de vocês também.
– Obrigado, Maria. – Disse e me encostei.
– A Senhora tem que descansar enquanto ele dorme. – Ela disse e me cobriu. – Vou fazer tudo que a senhora gosta quando voltar. A senhora vai se alimentar direitinho pra ter muito leite para o neném.
– O nome dele é Thiago, Maria. Consegui escolher ... Thiaguinho.
– Adorei, D. Bruna. Ele tem carinha de Thiago, assim como ele tem cara de Diogo. – Ela disse sorrindo enquanto o Diogo olhava o nosso bebê. – Ele está tão feliz.
– Claro. – O Diogo disse. – Ele é um milagre.
Eu acabei dormindo enquanto o Diogo conversava com a nossa família na antessala. Os irmãos dele ligaram de Nova Iorque e pediram para que ele mandasse uma foto do sobrinho. Nossos pais ficaram até que foram praticamente expulsos pelos médicos, eu precisava descansar, assim como o bebê. O Diogo simplesmente se recusou a sair de lá, o Nando foi em casa e buscou roupas para ele.
– Eu te ajudo. – O Diogo disse quando eu pude me levantar para tomar um banho.
– Mas e o Thiago? – Arfei.
– O Nando está aqui fora. Ele vai cuidar para que ninguém entre. – O Diogo prometeu e chamou. – Nando?
– Tô na área. – O Nando disse ao entrar.
– Vou ajudá-la aqui no banho. Ninguém entra, a não ser os médicos e enfermeiros, mas debaixo dos seus olhos. – O Diogo recomendou e o Nando assentiu.
– Não o deixe sozinho, Nando. – Implorei e comecei a chorar.
– Prometo, D. Bruna. – Ele garantiu.
– Saudades dele aqui, Diogo. – Disse e toquei na minha barriga. – Tá vazia.
– É, eu sei, meu amor. Não chore. – Ele disse e me beijou. – Você foi maravilhosa e cuidou direitinho dele. Agora ele está aqui, e vai alegrar a nossa vida.
Ele me ajudou no banho e foi super gentil. Eu me sentia meio desequilibrada, então ele me apoiou e cuidou de mim, me ajudou a mudar de roupa e até fez massagens nos meus pés, sempre dizendo que estava orgulhoso de mim e que eu era a mãe mais linda do mundo. O Diogo era um marido incrível, eu não poderia ter dado um pai melhor ao meu filho. Quando levaram o Thiago para o banho, ele foi junto. Quando foram colher o sangue do bebê para exames, inclusive do pezinho, ele estava lá. Quando eu queria caminhar um pouco, ele me apoiava. Quando o bebê chorou com fome, ele o pegou no colo e me entregou, depois ele mesmo o colocou para arrotar e o ninou para colocar de volta no berço. Mesmo sabendo que tinham enfermeiras à nossa disposição, ele revezou comigo naquela noite e cuidamos do bebê juntos. Ele estava bem enrolado no início, mas até trocou fralda. Foi uma noite longa, mas fizemos aquilo pelo nosso filho.
– Como estamos nessa manhã? – O Marcelo perguntou ao entrar e eu estava trocando a fralda do bebê. O Diogo dormia recostado no sofá.
– Ele não quis ir para casa. – Contei quando o Marcelo o olhou.
– Imaginei. – O Marcelo disse. – E você pelo visto está ótima.
– Só um pouco desequilibrada ainda. – Brinquei. – Sinto falta dele aqui comigo.
– É normal nas primeiras horas. – Ele disse e acariciou meu rosto. – Você foi muito forte e corajosa. Ele é bem grande e forte.
– É sim. – Disse orgulhosa enquanto olhava para o meu filho.
– As enfermeiras só comentam de vocês cantando pra ele. – Ele contou sorrindo. – Elas me contaram que ficaram ouvindo do corredor a noite toda. Disseram que quando não era ele, era você.
– Dá pra ouvir lá de fora?
– De madrugada sim. E também se tiver muito silêncio durante o dia. – Ele me contou.
– E aí, Marcelo. – O Diogo disse ao despertar.
– Noite longa, papai? – O Marcelo brincou e sentou ao lado do Diogo.
– É. Mas tá tudo bem. – O Diogo disse. – Ainda tem muita gente lá fora?
– Tem. – O Marcelo contou. – Mesmo com o hospital informando que vocês saem amanhã, eles estão de prontidão.
– Desculpe essa confusão. – Me lamentei e o Diogo me ajudou a deitar na cama. – Obrigado, amor.
– O hospital está acostumado. Muitos famosos tem seus filhos ou operam aqui. – O Marcelo disse e se levantou para me examinar. – Quero que você se alimente direito. Soube que voltou comida ontem, não pode Bruna. Você tem uma tendência a anemia, nem pensar nisso tendo o bebê para cuidar.
– Tá. – Disse resmungando e baixei a cabeça.
– Não chore. – O Diogo deduziu e me abraçou.
– Quero voltar a ficar como antes. – Resmunguei quando ele enxugou o meu rosto.
– Mas não é ficando sem comer, Bruna. – O Marcelo disse. – Amamentar emagrece.
– É?
– Seu corpo vai naturalmente usar a sua energia para gerar o leite. Mas não se você ficar doente.
– Tá bom. – Disse e olhei para o Diogo. – Só quero ficar bonita pra você. Não ... Gorda e feia.
– Que isso, amor. – Ele disse e me abraçou. – Você está ótima para quem acabou de ter um bebê, eu vi.
– Um momento! Vocês já ...? Fala sério, cara! – O Marcelo resmungou olhando para o Diogo.
– Não, cara! Só a ajudei no banho. – O Diogo disse rindo. – Sou louco por ela, mas consigo me controlar.
– Acho bom. – O Marcelo disse rindo. – Deixa a sua mulher descansar!
– Ai! – Resmunguei com vergonha e escondi meu rosto no peito do Diogo.
– Fala sério, Bruna. – O Marcelo brincou. – Mas falando sério mesmo, se alimenta direito. Vou passar umas recomendações para a Maria e vou te acompanhar de perto. Você não vai me enrolar.
– E quando vou poder voltar aos exercícios? Posso voltar a lutar ou a hidro? – Perguntei.
– Vamos ver daqui há duas ou três semanas. – Ele disse. – Depende da sua disposição e dos seus exames. Vou ficar de olho.
– Sim, senhor. – Resmunguei.
– Vou ficar de olho nela, Marcelo. – O Diogo disse.
– Já escolheram o pediatra? – O Marcelo perguntou.
– Não. – Eu disse. – Estávamos contando que um certo amigo médico tivesse um certo amigo pediatra de confiança para nos apresentar.
– Tudo bem, vejo sim. – O Marcelo riu. – O que acompanhou o parto é ótimo, mas ele fica mais cuidando dos partos e do CTI. Não sei como anda a agenda dele para ambulatório. Mas tenho amigos pediatras, vou ver o melhor para vocês.
– Valeu. – O Diogo disse.
Naquele segundo dia no hospital, recebi muitas flores e balões parabenizando pelo bebê. Eles eram lindinhos em formatos de bichinhos. Aos poucos o equilíbrio foi voltando e pude cuidar melhor do meu filho. Acompanhei e aprendi melhor a dar banho, assim como limpá-lo e todos os cuidados. Ele adorava me ouvir cantar e só parava de chorar no banho se eu cantasse pra ele, o que sempre chamava atenção. Cada vez mais iam enfermeiras e até os médicos ver, e eu ficava sem graça. O Henrique apareceu naquele dia, e levou uma linda pulseirinha de ouro com o nome do bebê gravado. Disse que ganhou uma quando nasceu e que ainda a tinha. Os rapazes da banda também fizeram uma visita rápida, assim como um pessoal da equipe da produtora e mais uns famosos amigos do Diogo. Meus pais e meus sogros também lhe presentearam com uma correntinha e um pingente. O Diogo dormia cada vez que o bebê dormia, ele estava cansado.
– Ele está lindo, B. – O Diogo me disse quando mudei a roupinha do bebê. – Que bom que vamos pra casa hoje.
– Estou com saudades e doida pra colocá-lo no seu quartinho. – Disse e rocei meu nariz no do bebê. – Ele é do lado da mamãe e do papai. Vamos estar sempre pertinho.
– Te amo. – O Diogo sussurrou quando me abraçou pelas costas.
– Também. – Sussurrei quando ele beijou o meu rosto. – Quando você volta aos shows?
– Vou me reunir com o Henrique assim que chegarmos em casa. – Ele disse. – O próximo é todo em Joinville no Paraná.
– Vou sentir saudades. – Sussurrei.
– Vai ser difícil estar lá sem você. – Ele disse. – Não é a mesma coisa, mesmo te vendo pela internet. Ainda mais agora que ele nasceu.
– Também acho, mas você precisa.
– Eu sei. – Ele disse e acariciou os cabelinhos do Thiago. – Tenho uma responsabilidade a mais. Tenho que cuidar do futuro dele.
– Somos uma família agora. – Sussurrei.
– Prometo cuidar de vocês , nunca deixar faltar nada ,estar sempre presente e mesmo quando tiver que viajar nos shows vamos estar sempre em contato.
– Eu sei.
– Prometo voltar correndo pra casa. – Ele disse e me abraçou forte. – Eu te amo cada dia mais, Bruna. Você realiza todos os meus sonhos, me faz feliz, me fez pai e o homem mais feliz do mundo.
– Eu apenas te amo, D. – Sussurrei.
– Vamos pra casa. – Ele sussurrou e pegou a bolsa do bebê.
Os nossos pais ficaram de nos encontrar em casa. Nós sabíamos que seria difícil a saída da maternidade, por isso o Nando providenciou uma equipe de seguranças que nos escoltou até o carro. Se ele já era cuidadoso quando eu estava grávida, depois que o afilhado nasceu ficou mais ainda. Tinha muita gente do lado de fora, muito mais do que eu podia imaginar. Mesmo estando de longe, fora do limite que o próprio hospital impunha, incomodou.
– Seja bem vindo, Thiago. – Disse quando chegamos em casa e a família estava toda lá na sala esperando.
– Oi, cunhadinha. – Ouvi uma voz conhecida e quando olhei, eram os irmãos do Diogo.
– Vocês vieram! – Arfei baixo.
– Tínhamos que ver pessoalmente. – Sabrina, minha cunhada disse ao se aproximar. – Ele é lindo, Bruna.
– Parabéns, Diogo. – Adriano, meu cunhado disse ao abraçar o Diogo. – Ele é lindão, cara.
– Nossa. Não sabia que vocês tinham voltado. – O Diogo disse.
– Conseguimos pegar o primeiro voo disponível. – Sabrina contou. – Acabamos de chegar e nem nos instalamos ainda.
– Vamos subir, filha. – Minha mãe disse. – Você precisa descansar e ele também.
– Me deixe segurá-lo? – Minha sogra pediu e eu deixei. – Que lindo! Saudades de ter um bebê em casa.
O Diogo me ajudou a subir as escadas e todos nos acompanharam até o quarto, que estava mais lindo ainda. Minha sogra me devolveu o bebê para que eu entrasse com ele nos braços e o colocasse no berço.
– Seja bem vindo, Thiago. – Sussurrei quando o coloquei no berço.
– Acho que ele gostou, amor. – O Diogo disse ao meu lado. – Ficou quietinho.
Foi maravilhosa a sensação de voltar pra casa, ela estava cheia, com toda a nossa família lá. Meus sogros no seu quarto, meus cunhados e meus pais no quarto de hóspedes, o Nando sempre perto e a Maria cuidando de todos nós. Ela arrumou todas as coisas do bebê e as minhas. Levou tudo para lavar e me trouxe uma bandeja com coisas gostosas para eu comer antes do almoço. O Marcelo tinha dado todas as recomendações e ela estava seguindo à risca. Depois de um banho gostoso com o Diogo, descemos para um almoço em família. O bebê ficou no carrinho ao meu lado o tempo todo.
– Você vai contratar alguém para te ajudar, Bruna? – Sabrina me perguntou.
– Não, eu mesma vou cuidar dele. – Disse.
– Sério?